Poderia a qualquer momento desistir, desistir de coisas, de ideias, de vontades até mesmo de sentimentos, mas não consigo desistir de pessoas. Talvez seja esta dependência que tenha permitido que o centro da dor nunca fosse exclusivamente um eu imaturo e sofredor, mas outros tantos que, apesar de tudo, transformam-me sempre numa pessoa capaz de conviver com todas as outras em mim.
Afinal, falando com todas, sinto ridícula a dor de uma ou relativa a frustração de outra.
No entanto, por vezes, todas as vozes se confundem e fico paralisada e muda, tentando não perder nada desta conversa impossível.
Sei que sou tudo isso, apesar de não poder viver assim. E não consigo desistir de nenhuma das vozes que falam em mim. Com o tempo, tudo parece mais confuso, ao contrário do que sempre me disseram.
Tão pouco encontro sentido nisto.
Aliás o único sentido que alguma vez encontrei, foi o de transformar a vontade em acção e de perder-me até ao ponto da acção transformar-se em vontade, e assim esvaziar-me de energia e deixar-me esgotada e vazia.
E só existe o que se faz.
Pensar que sou tudo o que faço, tem-me deixado muito irritada comigo. Por vezes, só por uma questão estética, por vezes ética e, por vezes, para ser sincera, isso também se confunde.
Aleluya¡¡¡
ResponderEliminarFinalmente a flor resuscitou e o fiz como é costumbre. Brilhante e triste. Fico ao pé de ti, na distancia e nas recordações. Também no coração.
Saudades que não morrem nem magoam.
No meu limitado saber, aquilo que somos, resume-se naquilo que os outros sentem (e não pensam), quando estão junto de nós.
ResponderEliminar